Independentemente do canal que está sendo utilizado, um bom atendimento começa na cultura da empresa, que deve ter a satisfação do cliente como uma de suas diretrizes estratégicas. Seja em um sistema multicanal de uma grande telecom ou no balcão de um pequeno varejo, um bom atendimento está relacionado à capacidade da empresa de encantar os clientes, resolvendo seus problemas com eficácia, empatia e dentro de um prazo aceitável.
Um bom exemplo disso é o setor bancário. Em matéria publicada no Valor Econômico, foi divulgado que, em 2013, cerca de 47% das transações bancárias foram feitas pela internet ou por dispositivo móvel, enquanto que as agências físicas foram responsáveis por apenas 10% dos negócios. O curioso é que as reclamações de clientes contra os bancos feitas ao Banco Central cresceram 97,4% de 2012 para 2013, segundo levantamento feito pelo G1. Como normalmente as reclamações só chegam ao BC quando o próprio banco não resolve o problema, isso pode significar que as instituições bancárias não estão sendo ágeis e eficazes o suficiente no atendimento dentro dos canais que elas mesmas desenvolveram.
Durante o período de testes do “Personalité Digital”, plataforma de atendimento digital do Itaú exclusiva para clientes personalité, foi identificado que o correntista que não ia à agência dava nota pior ao banco do que aquele que frequentava o ponto físico. A partir daí, o banco reformulou todo o processo de atendimento remoto, incluindo mais ferramentas de comunicação e informação ao cliente.
Ao estruturar canais de atendimento, é preciso primeiro avaliar seu nível de atendimento atual e se a empresa possui uma cultura focada no cliente. A partir daí, deve-se estudar o comportamento do seu cliente (ou grupos de clientes) e a capacidade de atendimento da empresa, para apenas então definir a real necessidade e o escopo da ampliação do atendimento. Do contrário, os resultados podem ir desde a perda do investimento feito, até a perda em massa de clientes.